terça-feira, 12 de julho de 2011

FRASE DO DIA

“Sempre notei que as pessoas falsas são sóbrias, e a grande moderação à mesa geralmente anuncia costumes dissimulados e almas duplas”.
De Jacques Rousseau

Desejo a todos um ótimo dia.

Matéria Publicada no Portal G1 - Globo Ciência: Jonh Dalton

Descobertas do inglês John Dalton deram origem à Química moderna

Considerado pai das teorias atômicas, cientista acreditava em esfera maciça
O Globo Ciência conta a história do inglês John Dalton, cientista cuja grande contribuição foi ter desenvolvido a primeira teoria atômica, ainda no século XIX. As descobertas de Dalton ficaram logo ultrapassadas. Mas mesmo assim, é dele o pontapé inicial em toda a Química moderna.

“Do ponto de vista histórico e filosófico, Dalton é considerado o pai das teorias atômicas. Durante mais de 20 séculos ninguém manipulou o conceito de átomo. Ele teve a audácia e a coragem de manipular essas teorias para tentar explicar o que seria essa matéria diminuta”, afirma o chefe do Departamento de Química Geral e Inorgânica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Artur Gonçalves.

Os mais de 2 mil anos aos quais o professor faz referência remetem à Grécia Antiga, quando a ideia de “átomo” surgiu, sob uma ótica filosófica. Filósofos gregos, cinco séculos antes de Cristo, chegaram ao conceito de uma partícula indivisível que ainda guardasse as propriedades da matéria original.

Na primeira década do século XIX, Dalton publicou alguns trabalhos que revelaram à comunidade científica a base de sua teoria atômica. Neles, o cientista postulou, por exemplo, que toda matéria é formada por partículas fundamentais, os átomos, e que essas partículas seriam indivisíveis. Dalton considerava o átomo uma esfera maciça, homogênea, indivisível, indestrutível e de carga elétrica neutra.

Em pouco mais de cem anos, no entanto, o conhecimento sobre os átomos foi ficando cada vez mais complexo e se sofisticando. Em 1897, Thomson descobriu que o átomo possuía partículas menores, com cargas elétricas negativas (elétrons). Posteriormente, já nas primeiras décadas do século XX, surgiu o modelo atômico planetário de Rutherford-Bohr. Desde então, entende-se que o átomo possui um núcleo com cargas positivas e que os elétrons orbitam ao seu redor.

Apesar de ter se tornado obsoleta rapidamente, Gonçalves reconhece a relevância de Dalton: “A ciência a partir dele evoluiu muito. A teoria de Dalton está ultrapassada, mas do ponto de vista histórico e filosófico é importantíssima.”

Confira o que continua valendo e o que já foi desmentido, dentre os postulados básicos da teoria atômica de Dalton:

Toda matéria é formada por partículas fundamentais, os átomos.
Verdadeiro. A afirmação de Dalton continua válida até hoje.

Os átomos não podem ser criados ou destruídos, eles são permanentes e indivisíveis.
Não é verdade. Os átomos são divisíveis e compostos por partículas ainda menores, como prótons, nêutrons, elétrons, dentre outras.

Um composto químico é formado pela combinação de átomos de dois ou mais elementos em uma razão fixa.
Ainda é válido. Cada átomo de um determinado elemento presente em um composto tem a mesma massa. Assim, a composição deve ser sempre a mesma.

Os átomos de um mesmo elemento são idênticos em todos os aspectos, já os átomos de diferentes elementos possuem propriedades diferentes.
Devido à existência de isótopos, nem todos os átomos de um mesmo elemento tem a mesma massa.

Em uma reação química, os átomos dos elementos permanecem inalterados.
É verdade. Isso explica porque a massa é conservada nas reações químicas.

Por Alexandre Gonçalves, estadao.com.br, Atualizado: 11/7/2011 1:01

Doença que dificulta aprendizado de matemática é alvo de especialistas

Cerca de 6% da população mundial sofre de discalculia do desenvolvimento, transtorno neurológico que dificulta o aprendizado da matemática. A incidência é praticamente a mesma da dislexia, problema análogo - bem mais famoso - relacionado à leitura e à escrita. Pesquisadores brasileiros e estrangeiros querem trazer a discalculia do desenvolvimento para a ordem do dia.
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Jovem acerta 100% após o tratamento
Há poucas semanas, uma das principais revistas científicas do mundo - a Science - publicou um artigo sobre a doença. O texto recordava perdas sociais e econômicas para comprovar a gravidade do problema.

Na Grã-Bretanha, por exemplo, estimou-se em R$ 6 bilhões os custos anuais do mau desempenho matemático entre os ingleses. O trabalho também apontava o caráter de transtorno negligenciado da discalculia. Desde 2000, a doença mereceu R$ 3,6 milhões em pesquisas do governo americano. No mesmo período, a dislexia recebeu quase R$ 170 milhões.
'E há trabalhos que mostram que o impacto da discalculia é, pelo menos, tão grande quanto o da dislexia', diz Vitor Haase, do Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento da UFMG. 'Mas há uma questão cultural: as pessoas não valorizam tanto a importância da matemática quanto a de ler e escrever.'
Contextos. Para que uma criança seja diagnosticada com discalculia do desenvolvimento, é necessário comprovar que sua dificuldade no aprendizado da matemática não nasce de uma deficiência intelectual - que comprometeria outras áreas do conhecimento - ou de problemas afetivos. Também deve ser descartada a hipótese de que condições sociais concretas - como um ambiente de vulnerabilidade em casa ou na escola - bastariam para explicar o transtorno.
José Alexandre Bastos, chefe do serviço de Neurologia Infantil da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), sublinha que os diagnósticos da discalculia do desenvolvimento são sempre feitos por uma equipe multidisplicinar que costuma incluir um neurologista, um neuropsicólogo, um pedagogo e um fonoaudiólogo.
'Vale a pena lembrar o impacto do transtorno em reprovações, abandono escolar, bullying, além de prejuízos à autoestima da criança', afirma a coordenadora do Laboratório de Neuropsicologia da Unesp de Assis, Flavia Heloisa dos Santos. Há vários anos pesquisando o tema, Flavia descobriu que a música pode ser uma poderosa ferramenta para a reabilitação neuropsicológica de crianças com o problema.
Terapia. O tratamento da discalculia não envolve drogas, mas treinamento matemático. Só nos casos em que a criança tem transtorno de déficit de atenção e hipertatividade (TDAH) o médico costuma receitar algum medicamento. 'Mas é para tratar o TDAH', afirma Bastos. 'Cerca de 40% das pessoas com dislexia e discalculia tem TDAH.'
Casos concomitantes de dislexia e discalculia também são comuns. Sheila Guerra, de 11 anos, é um exemplo. Como reforço à escola, ela estuda matemática e português em uma unidade que aplica o método Kumon, em Belo Horizonte. Lá, realiza o treinamento necessário para superar as duas condições. Conta com o acompanhamento da psicopedagoga Miriam Moraes, que afirma que ela deve superar a discalculia em até um ano.
Ruth Shalev, do Centro Médico Shaare Zedek, em Israel, publicou trabalhos comprovando que 47% das crianças que tratam a discalculia conseguem superar o problema. Mas o estudo mostrou que a taxa de sucesso cresce com o diagnóstico precoce.
PARA ENTENDER
'Discalculia não é dificuldade para fazer cálculos complexos', diz o neurologista José Alexandre Bastos. 'É a incapacidade de lidar com operações triviais.' Os problemas ocorrem em três campos: compreensão dos fatos numéricos (adição, subtração, multiplicação e divisão simples), realização de procedimentos matemáticos (como divisão de números grandes ou soma de frações) e semântica (compreensão da linguagem usada para formular problemas). Ao minar os fundamentos, a discalculia impede a aquisição de conhecimentos mais complexos